segunda-feira, 22 de junho de 2009

1 - CUBA: DICAS GERAIS - JUNHO 2009

1)PASSAGEM

Utilizamos as milhas Smiles (20.000/pessoa), de Maceió, Brasília e Rio para Bogotá. Compramos passagens Bogotá-Havana pela Cubanas de Aviación. U$ 490,00 cada. Não podemos comprar direto pela internet. Comprei via Fernanda da Caiçara Turismo.

2)HOSPEDAGEM

Reservamos, pela internet, Hotel em Bogotá e Casa Particular para os 4 primeiros dias em Havana. No restante da viagem fomos escolhendo hospedagem na medida que íamos chegando nas cidades. A vantagem da casa particular é a convivência com a família cubana e o preço. Os hotéis têm mais conforto e privacidade. O preço da casa particular é cerca de $25,00, quarto duplo. Os hotéis variaram de $20,00 a $80,00 (esse com tudo incluído), na baixa estação. A rede de hotéis Isla Azul, pareceu mais em conta. Em média gastamos por dia em hospedagem $18,00 por pessoa. ($ = CUC, Peso Convertível - equivalente a 2 Reais em junho-2009).

3)CARRO

Alugamos na Cubacar já quando estávamos em Havana o carro SANSUNG SM3 por $80,00 a diária para 16 dias, incluído seguro total. Automático, CD, com 18.645 KM rodados. Deixamos no cartão uma taxa de segurança $200,00, com devolução, caso não tivesse nenhum problema. Rodamos 3730 km com 340 litros de gasolina. Quase todos os postos o preço do litro de gasolina é de $1,10. A estrada principal de Cuba, a Autopista A1, é muito boa, com duas pistas em cada sentido, permitido 110 km/h. As estradas entre cidades importantes são boas, mas estreitas, e perto das cidades o tráfego de coches, carroças, bicicletas, bici-táxi, é muito grande, portanto o cuidado é redobrado, além de ter que andar a uma velocidade menor. Dentro da cidade a velocidade máxima é 50 km/h. Também os carrões antigos, em grande quantidade, atravancam um pouco o tráfego, por outro lado dá um ar de década de 60 no ambiente. Pegamos alguns trechos de estradas esburacadas em acessos a pequenas cidades e locais fora do circuito turístico. Quase não existe sinalização nas estradas. Mas as pessoas são muito solicitas em prestar informação. Têm muitos caronas na estrada, e eles acham que é uma obrigação levá-los se houver espaço no carro. Não deixe o tanque esvaziar. Posto de gasolina fora de cidade é raridade.

4)COMIDA

Muito parecida com a brasileira básica. Arroz, feijão e Cerdo (porco) em vez de bife. Também é comum o pollo (frango), jamon(presunto) e camarão, e mais raro Res (boi) e lagosta, isto nos paladares (restaurantes em casa) e restaurantes comuns(do governo). Em Cuba há muitas pizzarias. Mas em todo o lugar tem restaurantes mais sofisticados, principalmente em hotéis de grandes redes, tipo Meliá, onde podemos comer qualquer comida internacional. As bebidas mais comuns são os coquetéis feitos com rum (Havana Club), como Mojito, Daiquiri e Cuba Libre, as cervejas Bucanero (forte) e Cristal, muito boas, e refrigerantes como Tucola e limonada. Na média das 36 refeições anotadas, gastamos por pessoa $8,00, e sempre acompanhadas de Mojito, cervejas e refrigerantes. Nos locais fora do circuito turístico esta média cai para metade. Os preços dos coquetéis variam de $1,5 a $4,00, mesmo preparo, o preço depende da sofisticação do local. Cerveja e refrigerante/água de $1,00 a $2,50.

5)DINHEIRO

Existirem duas moedas em Cuba: o CUP - Peso cubano e o CUC ($) - Peso Cubano Convertível. O CUP é a moeda nacional (vale 24 vezes menos que o CUC, e raramente o turista utiliza, mesmo em cidades fora do circuito turístico, onde é cobrado em CUP, o estabelecimento faz a conversão sem muita perda). Geralmente tudo é vendido em CUC. É aconselhável levar o Euro em moeda para câmbio ( pra gente variou de 1,23 a 1,28, com média de 1,26 EURO/CUC). O Dólar tem uma penalização de 20% no câmbio (0,80 U$/CUC) inclusive na compra com cartão de crédito, que não vimos muita aceitação em hotéis e restaurantes. Existem muitas casas de câmbio (Cadeca), que não exigem passaporte e Bancos para trocar dinheiro.
Uma previsão de gasto razoável é de $60,00 por pessoa por dia, incluído hospedagem, refeição, carro(4 pessoas), gasolina, entradas de museu e serviços (como veleiros para mergulhos). Tirando as grandes compras e passagens aéreas.

6)COMUNICAÇÃO

Têm centros telefônicos ETECSA, em tudo que é lugar, mas a fila é grande. Assim mesmo uma chamada para o Brasil custa $7,50 o minuto. Resolvemos usar o nosso celular (todos da TIM) que pega muito bem em todos os lugares que estivemos, e a tarifa é menor, U$4,69 para enviar, U$2,79 para receber, e mensagem U$1,09 para enviar e gratuito para receber.
O acesso a internet ($6,00 a hora) é muito difícil, mesmo nos grandes hotéis, onde a facilidade é maior, mas a velocidade é terrível, haja paciência. Levamos notebook e nenhuma vez conseguimos acessar a internet com ele em Cuba.

7)QUANDO IR/ROUPA

Junho é o começo de verão e baixa estação em Cuba, além do menor movimento turístico, tudo é mais em conta. Choveu muito pouco nos 21 dias que passamos lá. A temperatura é parecida com a do nordeste no verão, cerca de 30 graus.

Mais quente no leste. A temperatura da água do mar é também como no nordeste no verão, quentíssima, mas a água muito mais clara. Uma piscina. A roupa adequada é mesmo bermuda e camiseta. O por do sol é por volta das 8:20h.

8) DADOS GERAIS

CUBA – população = 11,2 milhões de habitantes. 2,2 milhões em Havana e 800 mil em Santiago.
Fuso = Em junho 1 hora a menos em relação ao Brasil, lá é horário de verão.
Voltagem = 110 V. – tomadas de hotel geralmente com pinos retangulares pequenos. Levar adaptador ou T, para pinos redondos.

sábado, 20 de junho de 2009

2 -CUBA: ROTEIRO

9)ROTEIRO

As fontes principais para o nosso roteiro foram os guias Visual da Folha de São Paulo e The Rouge Guide; e evidentemente a internet. O site oficial de turismo de cuba é http://www.cubatravel.cu.
Recomendamos as leituras de CUBA UMA NOVA HISTÓRIA, do historiador e jornalista britânico Richard Gott e HEMINGWAY EM CUBA de Norberto Fuentes para os admiradores do escritor, como nós.
Percurso: BOGOTÁ – HAVANA – VARADERO – PENINSULA ZAPATA – CIENFUEGOS - TRINIDAD – SANCTI SPIRITUS – CIEGO DE ÁVILA –CAYO COCO – CAMAGUEY – BAYAMO - SANTIAGO DE CUBA – GUANTÂNAMO – MANZANILLO – SIERRA MAESTRA – PLAYA SANTA LUCIA – SANTA CLARA – VALLE DE VIÑALES – PINAR DEL RIO –HAVANA – BOGOTÁ
( 29/5 a 21/6/2009)


PERCURSO DE CARRO EM CUBA: 3730 km







GRUPO DE VIAGEM: FAMILIA BUCHMULLER LIMA


quinta-feira, 18 de junho de 2009

3 - CUBA: DIÁRIO - BOGOTÁ/HAVANA

DIA 29-MAIO-2009 SEXTA - BOGOTÁ(7,5 milhões h.)
Embarque para São Paulo (Guarulhos)
Lelé-Beth-Maria - MACEIÓ - GOL 1607 - 5:15/9:25
João - 07:35 RIO - Gol 1503
Helinho – Gol BRASÍLIA 7:00/8:45
11:00 Vôo S.Paulo-Bogotá-(Varig)- apenas 30 passageiros – 5 tripulantes – 200 lugares...
15:20 Chegada a Bogotá – 6:20 de viagem – arrombaram a mala dos equipamentos de mergulho do João, não levaram nada, mas a Varig não se responsabilizou. Pegamos uma Van p/hotel, preço a priori na loja de taxi do aeroporto.
17:20- Hotel Dann Colonial, calle 14, no centro histórico – 40 minutos do aeroporto(obra de metrô de superfície atrapalhava o tráfego). Muitos carros e ônibus velhos nas ruas de Bogotá .
18:00- Andamos pela carreta 7. Muita gente e artistas de rua, mas pouco turista. Visitamos a Praça Bolívar e Catedral. Fomos jantar perto da praça no restaurante Café Buenos Aires. Comemos Parrillada com vinho da casa, muito bom. Em toda compra na Bolívia paga-se uma taxa a mais de 15%(IVA). Fomos comer doces no Puerta Falsa. João traçou aínda uma comida local. A altitude de 2.600 metros fez efeitos em todos nós.
21:00. voltamos ao hotel. Tomei no bar aguardente Néctar (parece o ouso grego) e cerveja Aguila(boa).

DIA 30-MAIO-2009 SÁBADO - HAVANA

8:00 Café e check-ou no Hotel Dann
8:30 José da Kombi veio nos buscar p/aeroporto. Estrangeiro tem que solicitar isenção de Taxa de saída (U$33,00) em balcão perto da Varig.
11:30 Saída do Vôo para Havana na Cubana de Aviación - CU349. Estava cheio mas a 1ª. Classe vazia.
16:30. Chegada em Havana. 3 horas de viagem. Passamos pela aduana cubana com menos revista que a colombiana.
18:00 Chegada na Casa de Nora, de três andares. Reservamos pela internet, por 4 dias, a Casa Particular de Nora Esquivel - Casa Colonial La Terraza, calle Belascoain 207 entre Neptuno y Concórdia, na Centro de Havana. O Casarão é grande para os padrões da redondeza, com um terraço no segundo andar e pé-direito de mais de quatro metros. Fomos muito bem recebidos. A família dizia que tinha um apreço especial por brasileiros devido ter conhecido um que foi muito importante na vida dela. Era Helio Dutra, brasileiro que adotou Cuba. Ele trabalhava no país como químico na época da revolução, e desde então fez parte do governo revolucionário. Tornou-se amigo de Fidel. Ele conta toda sua saga no livro “Querida Ilha”. A Nora é engenheira química por influência dele. Conhecemos Helio Dutra na sua casa no bairro de Vedado quando estivemos em Havana em junho de 1990. Passamos uma tarde inteira conversando. Mostrei uma foto nossa com ele. Nora ficou com os olhos cheios de lágrimas. Gente muito boa.
Conversamos bastante. A mãe dela, Liria, uma figura, começa a falar, é uma metralhadora. nos contou que o nome Havana vem da chegada das caravelas espanholas. Ao atracarem na atual capital, avistaram uma belíssima índia e ao perguntarem seu nome ouviram da índia a palavra “Havana”. Ótima acolhida. Nos deram muitas dicas, ressaltando a comemoração dos 50 anos da Revolução e a segurança na cidade. Pode andar tranquilo, ninguém usa arma em Cuba, mas é sempre bom está atento.
20:00 O dia ainda estava claro, nessa época o por do sol é às 20:20h. Jantamos no Paladar La Guarita, calle Concórdia,418-centro, a duas quadras da casa de Nora. Lá foi filmado “Morango e Chocolate”. Muito bom. Comemos peixe Bonito, Pargo, Calderada, e tomamos os primeiros Mojitos: rum, hortelã amassado, suco de limão, gelo e gasosa. De sobremesa helado de fresa y chocolate.
21:00 Andamos pelo bairro Centro de Havana, lugar onde vivem os mais pobres da cidade. Seguimos até a Havana Velha , na Plaza da Catedral, onde estava havendo uma missa bem freqüentada, com canto gregoriano. Bebemos Mojitos no restaurante El Pátio na praça.
DIA 31-MAIO-2009 DOMINGO – VEDADO – CENTRO

8:00 Café: salada de frutas, suco, ovos, omelete, presunto, leite e café e muita conversa com os donos da casa. A TV da casa tem acesso a vários canais estrangeiros, inclusive alguns americanos, como CNN e Discovery. Perto da TV, foto do comandante Fidel.
10:00 Caminhada por Vedado– fomos pela calle Concórdia rumo ao bairro de Vedado. Duas cubanos que conhecemos logo na saída da casa nos levaram a Callejón de Hammel, rua dos grafites, onde tem um ponto de Santeria. Conversamos com o “pai de santo” e auxiliares – haveria uma apresentação de remanescentes do Buena Vista, mas não deu pra gente esperar. As duas cubanas também nos levaram a casa onde morou Che, ali perto, e hoje é um restaurante onde tomamos com elas uns tragos de rum com Tucola, coquetel chamado El Negro. De lá avistamos a Universidade de Havana. Os museus da Universidade estavam fechados. Seguimos para La Rampa (calle 23) onde está a Sorveteria Coppelia em frente ao Hotel Habana Livre, fundado em 58 e que um ano depois foi confiscado por Fidel pra seu quartel-general. Ali, na loja da Cubacar reservamos um carro. escolhemos o SANSUNG SM3 para nossa aventura pelo interior por 16 dias a partir do dia 3-junho. Continuamos nossa caminhada por Vedado, onde percebemos um povo na rua mais bem vestido e mais arrumado, como fosse outra casta diferente do Centro de Havana. Passamos pelo Parque Del Quijote, a Av. de Los Presidentes, Calle Paseo, Calle 23 (Rampa) e Calle 12, onde na esquina dessas ruas está a placa que assinala o lugar que Fidel afirmou o caráter socialista da revolução.
Caminhamos até Necrópolis Cólon , o cemitério de Havana. Perto, fomos a uma Pizzaria.
12:30 Pegamos um taxi para Memorial José Martí e Plaza de La Revolución . O museu estava fechado. Mas os monumentos justificam a visita.
13:30 Pegamos dois Coco-Taxi para casa de Nora. As duas condutoras, maluquetes, foram apostando corrida.
16:00 Tomamos Bici-Taxis para o Museo de La Revolución. O palácio era residência dos presidentes até 59. Hoje guarda documentos e objetos da luta pela independência no período colonial e um maior foco na Revolução. Lá está o barco Granma que levou os 82 guerrilheiros do México para Sierra Maestra.
17:30 Fomos a um café no Paseo Del Prado para uns mojitos e sanduíches. Começamos a notar a presença de multinacional por lá. Tinha uma grande propaganda da Nestlé no boteco. Passamos pelo Hotel Inglaterra e Casa da Musica. Fomos para o Malecón, avenida de 7 km. à beira mar e andamos até o Hotel Nacional, onde fizemos uma breve visita. Um luxo de hotel. Fomos procurar a casa de show El Gato Tuerto, quando caiu o maior toró. Ficamos num bar próximo, esperando passar a chuva. Pegamos informação da casa de shows Gato Tuerto. Não podia entrar de bermuda e tem vários apresentações das 22:00 às 4:00h. Iremos no outro dia.
22:00 Fomos ao Restaurante Sofia na Rampa (Filé uruguaio, camarão,...). Muito bom.

DIA 01-JUNHO-2009 SEGUNDA – PRADO – HABANA VIEJA
9:30 Pegamos um Taxi para o Parque Central, fomos pelo bairro Chino. Chegamos na Fabrica de Tabacos Partagas e ali pertinho entramos no Capitólio. Um símbolo da cidade, combina Neoclassicismo com Art Déco. O domo tem 92 m. de altura. Mais alto que o original americano. Dentro está a estátua da República, de 17 metros, a 2ª. interna mais alta do mundo. A câmara dos deputados tem ainda as mobílias originais. Em frente ao prédio um artista cubano fez uma
caricatura de cada . Também ali acertamos com Ramón 2 horas de passeio de carrão (Oldsmobile 52) no outro dia . Fomos caminhar pela Calle Obispo até a Plaza de Armas (os sebos de rua e o Palácio estavam fechados). Aproveitamos para ir ali pertinho ao Bodeguito Del Médio, onde tomamos nossos Mojitos, lugar preferido de Hemingway. Andamos pela Plaza da Catedral e Calles Empedrada, S.Ignacio, Tacón, o´Reilly, S. Ignácio e Obrapia.
12:00 Chegamos a Plaza Vieja e visitamos a Iglesia S. Francisco de Assis. Almoço no Bodegón Onda, Obrapia,55 – Sopa, Porco, frango ou pescada, sobremesa tudo incluído, por fora cerveja.
15:30 Andamos pela Bahia de Havana até o Castillo de La Real Fuerza. Volta para casa em Taxi Carrão cor de rosa.
NOITE: Comemoração dos nossos 36 anos de casados. Voltamos a Vedado para Jantar novamente no Sofia e depois às 22:30 fomos para EL Gato Tuerto, recomendação de Caetano Veloso, Realmente “cantantes” de 1ª. qualidade (gravei um nome: Yaima Sáez, poderosíssima).

DIA 02-JUNHO-2009 TERÇA –LESTE DE HAVANA – H.Vieja

9:00 Ramón nos pegou com seu Oldsmobile 52 branco para um passeio por Miramar, 5ª. avenida, onde se encontram grandes mansões, consulados, e a casa do comandante Fidel. Depois fomos a Marina Hemingway, repleta de iates e também ao El Bosque, uma floresta com boas casas. O passeio durou duas horas. Nos deixou em Havana Velha.
11:00 Na Plaza de Armas visitamos o Palácio de los capitanes Generales . Exemplo do barroco cubano do sec. XVIII, com salões esplendorosos como os dos Espelhos, Cuba Heróica e do Cemitério. Tem uma monumental galeria que dá para um grande pátio arborizado, com pavões andando a vontade.
12:00 Voltamos a Plaza Vieja e ficmos na Taberna de La Muralla (fábrica de chopp). Tomamos dois tubos de 6 jarras, o garçon achou uma demais prá gente... e comemos churrasquinhos mistos de camarão, porco, lagosta, e sanduíches, com musica ao vivo, espiando a saída dos estudantes primarios de uma escola na Plaza. Beleza.
16:00 Perto da casa de Nora fomos a um Mercadinho ( água, Ron, cerveja), para viagem de carro a partir do próximo dia.
19:00 Fomos (Lelé, João e Helinho) assistir ao Cañonazo no Castillo Del Morro. A função do castelo do do sec. XVI era detectar a aproximação dos inimigos, principalmente os piratas. A fortaleza é um complexo cheio de detalhes e apresenta ainda um panorama deslumbrante de Habana Vieja, com direito a um belíssimo por do sol. O Canhonaço é às 21 horas em ponto. No período colonial davam-se tiros de canhão nesse horário informando aos cidadãos que os portões da cidade e o acesso a baía estava bloqueado por corrente. Imperdível.
22:00 Fomos pertinho do castelo ao Paladar Camela. Traçamos dois peixes cioba assados. O taxi que acertamos na ida não foi nos buscar; penamos para achar outro. Conseguimos um clandestino para nos levar pra casa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

4-CUBA-diário: Varadero-Zapata-Cienfuegos-Trinidad-Cayo Coco-Camaguey

DIA 03-JUNHO-2009 QUARTA – VARADERO

10:00 Fomos ( Lelé e João, o motorista de toda a viagem) ao Hotel Habana Libre buscar o carro para 16 dias(até 19-junho) na Cubacar. Verificamos o estado do carro Sansung SM3, azul escuro, ar, automático, CD, mala grande, com 18645 KM rodados, placa T23799, não veio manual, e estepe é um pneu fino. Devemos fazer revisão(20km) em Santiago. Recebemos um mapa de Cuba não melhor do que trouxemos do Brasil.
10:20 Saída da casa de Nora com destino a Varadero (130Km).
11:00 Visitamos Cojimar (30 km), charmosa vila com casas de madeira, que era apenas habitada por pescadores. Na década de 50, Hemingway era amigo de muitos deles e gostava de jogar dominó e beber rum, enquanto ouvia suas histórias. Daí ter feito da vila o cenário para o “Velho e o mar” e captar o personagem de Santiago. Visitamos o Terraza, restaurante predileto de Hemingway, onde bebemos Mojitos e batemos bons papos com os atendentes.
13:30 Chegamos a Varadero. Percorremos toda península até a Marina Gaivota, que informou não estar fazendo o passeio do barco Varasub, com casco transparente para visão dos corais.
14:15 Chegamos ao Hotel Herradura, ave 36, da rede Isla Azul, freqüentado principalmente por cubanos, mais em conta, mas bem confortável. Fica numa praia muito bonita.
15:00 saímos num veleiro para mergulho em corais a cerca de 500m. do hotel. Água incrivelmente transparente, deu pra matar a secura e João tirar fotos dos peixinhos e corais.
21:00 Fomos jantar. A janela do carro atrás não fechava. Fomos na assistência técnica 24 horas. Funcionou quando o cara nos recebeu.
22:00 quase não tinha restaurante aberto. Pegamos o que vimos, na calle 42. Serviço ruim .

DIA 04-JUNHO-2009 QUINTA – PENINSULA ZAPATA

9:15 Saída do Hotel Herradura em Varadero com destino a Peninsula Zapata (130Km).
9:30 Passamos por Cárdenas (cidade das charretes puxadas por cavalos- os coches), e pelas pequenas cidades Jovellan e Jaguey Grande. Atravessamos a Autopista A1.
11:00 Chegamos na a Peninsula Zapata, uma das mais completas reservas de vida selvagem do caribe. Visitamos o Criadero de Crocodillos em La Boca, onde tem tanques dos animais de poucos meses até 47 anos.
12:30 Chegamos a Playa Larga, começo da baía dos Porcos. Ficamos no Hotel Horizontes em 2 cabanas. Muito amplo, com piscina, praia na baía, tenda de compras, até campo de futebol. As mulheres ficaram no hotel e fomos mergulhar nos arredores.
13:20 Cuevas de Peces (20km) um impressionante lago natural, a uns 100 metros da praia, com 70 m. de profundidade ao longo de uma falha geológica, onde há peixes de água do mar com água salobra. Depois do mergulho almoçamos crocodilho.
14:30 Punta Perdiz (14 km). Um mar magnificamente claro, com muitos corais e uma variedade grande de espécies marinhas. Foi um mergulho incrível!
15:30 Caleta Buena(30km) logo após a playa Girón ( praia famosa por ter sido o lugar onde houve tentativa frustrada contra-revolucionária pelos cubanos preparados pela CIA em abril de 61). Caleta Buena é uma praia protegida por um recife de corais, fazendo um lago, repleto de peixes cirurgiões cinzas. Perfeito para mergulhar. Bebemos rum e tira-gosto .
18:00 Voltamos ao Hotel e tomamos banho de piscina. Mosquitos começaram a chegar, haja repelente. Faltou energia na cabana Tripla (Lelé-Beth-Maria) e dormimos todos na Cabana Dupla, que tinha quarto e sala grandes separados. Nos devolveram a quantia do Triplo.

DIA 05-JUNHO-2009 SEXTA – CIENFUEGOS-150mh – TRINIDAD-50mh

9:50 Saída do Hotel Horizontes com destino a Trinidade (200Km).
Voltamos a pegar a autopista A1 em Austrália e entramos na estrada vicinal em Aguadas de Pasajeros com destino a Cienfuegos, passando em Yaguaramas, Rodas e Ariza. Todas cidadezinhas bem cuidadas, estradas boas mas sem sinalização e não tem como não ficar perguntando, mas a gente é muito gentil e precisa. Temos que ter cuidado com os coches, bici-taxi, bicicletas, etc. que são os verdadeiros donos da estrada. Dentro das cidades 50 Km/h.
11:30 Chegamos a Cienfuegos e estacionamos na Parque Marti onde estão o Teatro Hamas Terry, Catedral, Ayuntamento e Palácio Ferrer. Num boteco da praça um desenhista fez uma caricatura minha em dois minutos.
13:10 Fomos passear de carro pela cidade: Paseo Del Prado, Melecon, Palácio Del Valle, Puenta Gorda, Playa Rancho Luna e Clube Marina Cienfuegos onde dentro fica o Café Cienfuegos, aí almoçamos Peixe,Camarão, Helado, Mojito e Cerveja Cristal, com menos álcool que a Bucanero.
15:00 Visitamos o Jardim Botânico, a 18 Km de Cienfuegos. Totalmente dispensável, pelo menos comemos uns manguitos muitos saborosos.
17:00– Chegamos à TRINIDAD (70 Km). Ficamos em Casa particular indicada por Nora. Casa Del Bolo, no centro histórico da cidade.
17:30 Fomos a playa Ancon para saber como era a saída de barco para a ilha Cayo Blanco. O box de venda no hotel Ancon estava fechado e fomos informado que a saída era pela manhã às 9:00.
19:00 Colocamos o carro num estacionamento perto da cidade pois no centro histórico o acesso de carro é limitado aos moradores. Fomos andar pelo centro histórico: Plaza Mayor, Iglesia Paroquial S. Trinidad, Palácio Brunet, Museu Romântico, Calle Hernandez Echerri, Casa Templo Santeria Yemaya, Iglesia S. Francisco, Calle Piro Guinart, Canchánchara, Palácio Cantero, Calle Martinez Villena, Casa de Aldemán Ortiz, Museu de Arquitetura Colonial e Casa de La Trova.
20:30 Apesar das insistentes ofertas de paladares durante nossa caminhada, escolhemos o Restaurante Palmares na Plaza Mayor, cerdo, pollo e camarones acompanhados de um trio musical excelente.

DIA 06-JUNHO-2009 SÁBADO –TRINIDAD

7:00: Café muito bom na Casa Del Bolo.
8:00. Destino Hotel Ancón ( Beth e Maria ficaram na praia perto, pois o hotel não atendia publico de fora, tudo era na base do tudo incluído para os hóspedes).
9:30 O barco saíu da Marina Ancon na baía de Casilda para Cayo Blanco (ilha a 8km da costa ). Mergulhamos nuns corais perto da ilha. Cayo Blanco é uma pequena ilha paradisíaca, repleta de iguanas. Ao lado de onde o veleiro atracou havia um pequeno naufrágio com muita vida. Lá fica o maior recife de coral-preto de Cuba. Os meninos nadaram em direção à ilha e chegaram aos restos de uma cabana que havia sido construída na água. Ainda mais vida. Os mergulhos foram indescritíveis. O almoço, incluído no pacote, foi sofrível, uma pseudo paella, mas muitos Mojitos e cervejas
Bocanero.
21:00 depois de uma passeada pelas ruas (escuras) do centro, muita gente farreando, e muita gente oferecendo paladares, chegando a encher o saco, jantamos no mesmo restaurante Palmares. A cidade de Trinidad foi um pouco decepcionante pela sua fama. Esperávamos mais...

DIA 07-JUNHO-2009 DOMINGO – S.SPIRUTUS(100mh)-CIEGO DE ÁVILA(100mh)-CAYO COCO

9:00 Saída para Sancti Spiritus (75km), com destino final Cayo Coco(200km).
10:40 Chegamos a Sancti Spiritus, demos uma volta de carro, ponte Yayabo, calle Maximo Gomes com muitas casas coloniais e avenida Martinez onde está o parque Serafim Sanchez, o coração da cidade, e seguimos para Ciego de Ávila(75km).
12:00 Em Ciego de Ávila estacionamos no Parque Martí. cidade muito ajeitadinha, prédios coloniais e arborizada. Almoçamos Pizzas.
13:30 Pegamos estrada para Cayo-Coco via Modeste Reys, Santa Ana, Desiseño e Morón.
14:30 Na entrada de Cayo-coco pediram passaporte, único policial grosseiro que defrontamos. Pagamos pedágio para trafegar na carretera estreita de 26 Km que liga o continente a ilha.
15:30 Escolhemos o Hotel Gaviota, na playa de las conchas (tudo incluído, inclusive refrigerantes, chopp, coquetéis,...). Tinham uns mosquitinhos fora de nossas cabanas de lascar, tivemos que usar repelente (não podemos esquecer).
16:00 Fomos (Lelé e João) conhecer as praias e lugares de mergulho até Cayo Guilhermo, chegamos no final da ilha na Playa Pilar, belíssima, sensacional para mergulhar (o cara falou que Fidel costumava fazer caça submarina ali) mas um pouco longe do hotel para mergulhar no dia seguinte, já que queríamos sair às 14:00 do hotel.
18:30 voltamos para o hotel e aproveitamos a piscina, comemos Hamburguesa (sanduba de Hamburgo) muito boa, bebemos todas, e esperamos o jantar self-service.

DIA 08-JUNHO-2009 SEGUNDA- CAMAGUEY(300mh)

8:00 Depois do café, espetacular, fomos para praia em frente ao hotel. Descobrimos alguns corais perto, mergulhamos até as 11:00. Muito bom. Fomos para piscina e começamos o serviço dos coquetéis de rum.
13:00 No almoço uma imitação de feijoada (feijão preto) muito boa, principalmente acompanhada de Rum Havana Club.Partimos com destino a Camaguey às 14:00 h. Depois de Ciego de Ávila, pegamos a Autopista A1. Fomos parados algumas vezes por policiais, muitos educados, um deles se dizia fã de José de Camargo e Luciano. Vimos nos campos, muitos bem cuidados, árvores frondosas caídas, arrancadas até as raízes pelos furacões do ano passado. No canteiro que separa as pistas duplas da via principal A1 são plantadas espirradeiras e normas, de tudo quanto é cor. Beleza. Estrada muito bonita. Mas com poucos postos de gasolina. Todo cuidado é pouco.
17:00 Chegamos a Camaguey, cidade no meio de uma vasta área de pastagem. Ficamos no hotel Cólon, da rede Isla Azul, no centro histórico.
18:00 Caminhamos por Calle Marti, Plazuela de La bedoya, Iglesia Del Cormen, paramos naBodega El Câmbio, onde tomamos mojitos, Calle Cristo, Plazuela Del Cristo, Cinco esquinas e Parque Agramonte. Um rico centro histórico estilo colonial. Percebemos nas praças estatuas de José Martí, dentro das casas retratos ou bustos de gesso de José Martí. Em todo o lugar, em toda a Cuba. É o grande herói nacional, que morreu em batalha em 1895 aos 42 anos. Como poeta modernista, seus textos viraram canções de guerra. O próprio Fidel ou mesmo a propaganda massiva do governo cubano proclama que a Revolução de 59, foi a segunda etapa da revolução encaminhada por Martí no fim do séc. XIX.
20:00 Jantamos no Bodegon Don Cayetano, muito bom.

domingo, 14 de junho de 2009

5 - CUBA- Diário: Santiago-Guantânamo-Bayamo-Manzanillo

DIA 09-JUNHO-2009 TERÇA – BAYAMO(130mh) – SANTIAGO DE CUBA(470mh)

9:00 Rumo a Guardalavaca(praia) em Holguin ou direto para Santiago, dependendo do tempo.
10:40 Colocamos gasolina e calibramos pneus em Guaiamaro, cidade histórica onde foi declarada a 1ª. Constituição Cubana. Decidimos ir direto para Santiago, via Las Tunas e Bayamo. As mulheres estavam ficando um pouco paradas enquanto os homens mergulhavam.
12:30 Chegamos a Bayamo, “ a rebelde”, a segunda mais antiga de Cuba, fundada em 1513 por Diogo Velásquez. Paramos na Plaza de La Revolucion. O hino nacional de Cuba, La Bayamesa, foi executado pela primeira vez nessa praça. Foi uma das principais cidades de apoio a guerrilha de Sierra Maestra, que fica ali pertinho. Mais uma cidade colonial bem cuidada. Comemos Pizzas.
13:50 Rumo a Santiago(130 km). Na beira da estrada, saída de Bayamo, bustos dos heróis da terra que morreram na luta em Sierra Maestra.
17:00 Sol ainda forte, 35 graus, chegamos a velha Santiago de Cuba, a mais africana, musical e apaixonante cidade de Cuba. Berço da Revolução. Pelas ruas estreitas procurávamos hotel. Calle Heredia. Calle Enramada. De repente um enxame de roupas vermelhas com lenços azuis ou vermelhos no pescoço. Eram os estudantes primários voltando para casa. Centenas deles. Alguns de mãos dadas com suas mães ou avós ou na garupa da bicicleta do pai, mas a maioria desgarrada, brincando, dançando, chupando sorvete, gritando, fazendo algazarra. Numa situação inusitada de alegria. Felizes como pinto no lixo.
Sentamos no meio fio, com Bucanero na mão, cerveja forte e gostosa, e ficamos apreciando aquele movimento de estudantes, sublime como uma procissão, se arrastando feito cobra. Esse sim, o maior espetáculo da terra. Confesso que lágrimas desceram. Ficamos com uma esperança engasgada no coração.
Em Cuba, um pais pobre, que vive principalmente do Turismo e da agricultura, a população passa aperto para garantir suas crianças na escola em tempo integral. Entram as 8:00 e saem às 17:30. Isto é uma rotina sagrada. Todos que conversamos foram unânimes em não abrir mão desse direito. O estudo é obrigatório até o equivalente ao nosso 2º. Grau.
Ficamos no Gran Hotel, calle Enramada, bem no centro histórico. O carro podia estacionar na rua de lado. Nenhum hotel até agora aceitou cartão. O mais econômico e prudente é levar Euros e trocar por CUC, o peso cubano convertível.
19:00 Demos uma volta no Parque Céspedes, a antiga Plaza das armas, onde está a Catedral de La Asunción, Hotel Casa Granda, Casa de Diogo Velásquez e o Ayuntamiento (prefeitura) onde no balcão central, Fidel fez seu primeiro discurso ao povo cubano, em 1º. de janeiro de 1959.
Dali fomos pertinho a Casa de La Trova, onde sempre tem musica cubana ao vivo. Comemos Cerdo, sanduíches, e muito mojito, ao som de Besame Mucho, Dos Gardênias e Guantanamera.

DIA 10-JUNHO-2009 QUARTA – SANTIAGO

8:30 – Saída para o Parque Baconao (50km). Passamos em Vila Siboney, Laguna, Aquário (o show com golfinhos já tinha acontecido – 10:30), Vale da Pré-história e Museu do Automóvel, o que realmente valeu a pena no passeio. Só a parte de miniaturas tem 4 mil exemplares, toda a história dos autos. Quem gosta do assunto é uma parada magnífica. Tem carros antigos que pertenceram a varias personalidades, como Benny Moré, Raul Castro,...
13:30 – Fomos fazer a revisão de 20 mil Km. do carro. 2 horas. Aproveitamos para almoçar.
16:00 – Partimos para o Castillo Del Morro (8Km ) . Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. A fortaleza foi erguida em 1638, para defender a cidade dos piratas, era capaz de alojar 400 soldados. A vista da baía de Santiago é belíssima, contrastando com a Sierra Maestra.
18:00 Fomos até a casa das Tradições, mas a musica só iria começar às 21:00. O ambiente é aconchegante. Lá toca a velha guarda dos músicos de Santiago. Berço de Compay Segundo.

DIA 11-JUNHO-2009 QUINTA – SANTIAGO

9:15 – Andamos até o Parque Abel Santamaría, onde fica o Quartel Moncada, que em 26-julho-53, no auge da celebração do famoso carnaval de Santiago (segundo eles só perdem para o Rio), Fidel liderou cerca de 100 rebeldes num ataque ao quartel. Hoje o prédio abriga uma Escola, mas tem um museu onde é contado por um guia toda essa história até a tomada do poder por Fidel. Mais de uma hora de explanação, com fotos e objetos dos eventos, contada por uma guia, professora de história, de uma maneira tão didática, que faz consolidar e alinhar na gente a história da Revolução cubana. Nota 10. João resumiu assim o que a professora falou na investida do quartel de Moncada:
- O Partido Ortodoxo, contra o governo, vence as eleições. Mas sob patrocínio americano, Fulgêncio Batista toma o poder num golpe de estado, mesmo tendo perdido as eleições (já nesse momento o povo se rebela, ainda que pacificamente).
- Fidel, como advogado renomado, vai a Corte Suprema pedir que o governo de Batista seja considerado ilegítimo. Com a resposta negativa da Corte Suprema, Fidel percebeu que não poderia haver possibilidade de um governo democrático por voto popular.
- Fidel, Raul, Abel Santamaria e mais uma centena de cubanos contrários ao golpe tentam tomar o quartel de Moncada, em 26 de julho de 1953 (exatamente no centenário de nascimento de José
Marti, o maior herói cubano até hoje), entrando no quartel durante a troca das guardas vestidos como soldados. Foram descobertos, por um detalhe banal, o guarda percebeu que eles não usavam sapatos militares, e isso custou a vida de dezenas de rebeldes, executados, principalmente do grupo de Abel Santamaría.
- Raul e Fidel fogem do massacre, mas são capturados dia 31 de julho e 1 de agosto, respectivamente. Não são executados porque os policiais que os capturam os apresentam a polícia e a imprensa, pois sabiam que seriam fuzilados se os entregassem ao exército. Outro exemplo de que os cubanos, mesmo sendo da polícia, queriam um novo governo.
- Fidel é exilado com outros cubanos e cria o Movimento 26 de Julho.
- No México, Raul, que conhecera Che Guevara na Guatemala, o apresenta a Fidel e se dá início ao planejamento para a tomada do governo cubano, na mão de Fulgêncio Batista.

Na saída do Moncada pegamos uma chuvinha. Fomos até a Casa Bacardi, o pioneiro do rum em Cuba e ao museu do Ron, fraquinho, mas tomamos umas.
12:00 Almoçamos no Hotel Casa Granda, no parque Céspedes, onde podemos avistar toda a praça.
15:30 Fomos( Lelé, Beth e João) a El Cobre, 30Km, onde está a Basílica de Nuestra Señora de La Caridad. A igreja mais famosa de Cuba. A Vingen del Cobre foi proclamada padroeira de Cuba e abençoada pelo Papa na sua visita em 1998. A estátua da Virgem Negra é ricamente vestida em amarelo com coroa de diamantes, esmeraldas e rubis. A basílica é objeto de peregrinação vindas de todas as partes da ilha. Na capela de Los Milagros há milhares de bugigangas deixadas por romeiros. Algumas curiosas como medalha do Prêmio Nobre de Hemingway, barbas de rebeldes da Sierra Maestra, muitas medalhas de atletas ganhas em olimpíadas e pan-americanos, e bolas de beisebol. Em termos de conforto é um saco, dezenas de santeiros em cima de você prá vender estatuas.
21:00 Quando íamos saindo para a Casa da Trova percebemos que um pneu do nosso carro estava furado. Chamamos a assistência técnica, e eles foram resolver o problema. Botaram um pneu novo, pois o outro não dava prá remediar. Mas levaram quase 2 horas. Helinho foi com o mecânico na assistência, e veio com historias interessantes dele. Foi professor na Nicarágua, mas o seu sonho era dirigir um reboque. Estava satisfeito com a vida em Santiago, mas achava o salário dos cubanos muito baixo. Achava também que estava havendo uma melhora em relação a década que passou. Época boa mesmo, era quando Cuba fazia parte do bloco soviético. Santiago era um Carnaval contínuo, com as ruas repletas de gente até madrugada. Não abria mão dos direitos conquistados como escola pras crianças e sistema de Saúde adequada. Em Cuba a expectativa de vida é 10 anos superior a do Brasil.
Tomamos umazinhas no Hotel. Era o último dia do Helinho conosco.

DIA 12-JUNHO-2009 SEXTA – GUANTÁNAMO(200mh) – MANZANILLO(50mh) (SIERRA MAESTRA)

6:30: Deixamos o hotel rumo ao aeroporto de Santiago para o Helinho pegar o vôo para Havana, e no outro dia retornar ao Brasil. A gente ia prosseguir a viagem por mais uma semana. Hoje até
Guantânamo, com destino final de Manzanillo, na Sierra Maestra.
7:00 Tomamos café no Aeroporto. Helinho fez check-in para o vôo das 9:25 para Havana. Nos despedimos e rumamos para Guantânamo às 8:00.
9:45 Chegamos em Guantânamo, fomos até o Parque Martí. Cidade com muitos coches. O Mirador de los Malones, a 20 km. do centro, onde podíamos ver a base naval americana através de luneta, está fechado desde 2008 para visita publica. Ficamos meios frustrados.
Recebemos noticias do Helinho, informando que o vôo estava atrasado, sem previsão de saída (o atraso foi de 7 horas!!!). Pegamos a estrada de volta com destino a Manzanillo(260km).
13:00 Passamo novamente em Bayamo. Parada para almoço (Cedro assado, com ferijão e arroz). Cobrança em peso cubano.
15:30 Chegamos a Manzanillo. Ficamos no Hotel Guacanayabo, vista para o mar, única hospedagem na cidade, a não ser casas particulares. Não é uma cidade turística, não há qualquer assédio a gente. Muito bem cuidada, charmosa e litorânea, na beira da baía de Guacanayabo, a alguns quilômetros onde os rebeldes desembarcaram no Granma em dezembro de 56. Grata surpresa.
17:00 Fomos ao centro da cidade. Estacionamos no Parque Céspedes. No centro da praça um coreto chamado Glorieta Morisca, decoração de influência árabe. Andamos pelas ruas estreitas e bem cuidadas, com casas coloniais, e a população inteira na calçada, batendo papo, jogando dominó ou xadrez, as diversas cores dos carrões da década de 50 fazia a decoração do ambiente. Bonito de ver. Longe das pragas turísticas uma cidade bonita com povo humilde, orgulhoso, alegre. Em toda a casa retrato de Fidel e busto de Martí.
Vimos que em qualquer cidadezinha de Cuba tem, pelo menos, uma escola bem aparelhada, um pronto-socorro com ambulância novinha e uma micro-universidade de ciências médicas, para fornecer mão de obra especializada na área médica para a região.
18:30 Fomos ver o por do sol no Malecon, avenida a beira-mar de Manzanillo. Uma nuvem carregada deu o ar de surpresa, fazendo um arco-iris duplo se espalhar na belíssima baía, repleta de pelicanos e albatroz com seus vôos rasantes. Belo Espetáculo. E ainda por cima recebemos mensagem de Helinho dizendo que tinha chegado bem em Havana.
No Malecón, estátuas de mulheres e sereias em homenagem a revolucionária Célia Sanchez, filha da terra, braço direito e companheira de Fidel na guerrilha de Sierra Maestra. Ela era a intendente mor da revolta. Ficava na cidade gerenciando o suprimento de armas, munições, alimentos e remédios essenciais para a sobrevivência dos rebeldes. Morreu de câncer em 1980, ainda jovem, mas deixou várias obras sociais como secretária e conselheira política de Fidel. É tida como heroína do povo cubano.
20:00 Jantamos em restaurante chinês, um pouco diferente da comida chinesa no Brasil. Mas bonzinho. Como não é cidade turística, é cobrado tudo em pesos cubanos desde Bayamo. Curiosidade: O restaurante fica na praça principal, e em frente, num telão, passava um filme chinês, tipo Kung-fu, com uma presença muito grande da população local. Em pé.

DIA 13-JUNHO-2009 SÁBADO – MANZANILLO - SIERRA MAESTRA

9:50 Depois de uma volta no centro, partimos com destino a Cabo Cruz, ponto mais ao sul de Cuba, na Sierra Maestra, passando por Media Luna e Playa las Coloradas, lugar do desembarque dos rebeldes em 56.
10:40 Chegamos em Media Luna (34 km) coincidentemente com a lua quarto minguante aparecendo no céu. A cidade é pequena e movimentada, foi onde nasceu Célia Sanchez. Uma cena nos comoveu na entrada de Media Luna. Paramos o carro para perguntar o caminho a ser seguido a um camponês meio maltrapilho. Dada a resposta o camponês nos perguntou de onde éramos e ficou entusiasmadíssimo ao saber que somos do Brasil. Nos saúda com um “viva Lula!” e recebemos um forte aperto de mão. Devolvemos na mesma moeda: “ Viva Fidel!”. Visitamos a casa onde Célia nasceu. Tem um acervo de seus pertences e fotos históricas. Fomos muito bem recebidos por uma professora que contou a história da revolucionária. É um ídolo na região.
11:30 A partir daqui a estrada começa a ficar cheia de buracos. À medida que nos afastamos dos grandes centros como Havana e Santiago, a quantidade de bicicletas e triciclos nas estradas aumenta exponencialmente. A atenção na estrada precisa ser então redobrada.
12:00 Playa las Coloradas (41 km). O desembarque do Granma mesmo foi a 1,8 km depois, num manguezal, onde hoje tem um mini museu, uma réplica do barco Granma ( o original está no Museu da Revolução em Havana) e a casa de taipa do primeiro camponês que deu guarita aos guerrilheiros. Dalí temos que andar cerca de 2km por uma calçada cercada de mangue até chegar no local onde o Granma encalhou num recife em 2 de dezembro de 1956, depois de navegar 1200 milhas em mar agitado pelo golfo México.
A nossa Guia, Jade, muito bem informada, 30 anos, mora com uma filha a 4 km no sentido da Playa las Coloradas. Além de andar frequentemente os 4 km como guia, vai pra casa a pé. Adora as novelas brasileiras , estava passando “Forças do desejo”. Seu grande sonho é conhecer o Rio. Seu grande ídolo, Fidel. Se acha uma mulher livre por poder deixar o filho na escola em tempo integral e poder trabalhar sem preocupação. Não abre mão deste direito. Tem o segundo grau completo e se expressa muito bem. Acha o salário pequeno, mas se vira com as gorjetas que ganha como guia. No lugar que estávamos era mangue fechado, tinha lugares com areia mole, como movediça. Os 82 caras do Granma devem ter penado para passar pelo trecho. Já vinham com 3 dias sem comer, mareados, sem água, e totalmente desidratados. Chegaram com dois dias de atraso e o pessoal que devia esperá-los em terra, na Playa las Coloradas a 1,8 km, já tinha voltado, pois as tropas de Batista já estava no seu encalço. Poucas horas depois da chegada estavam sob ataque aéreo e terrestre. Vários foram mortos e presos. Até a vitória da revolução só sobreviveriam 21 destes 82, entre eles Fidel, Raul, Camilo e Che.
13:20 Cabo Cruz (12 km). De Media Luna prá cá estrada muito ruim, esburacada, a pior que pegamos. Mas o lugar é imperdível. Além de histórico, muito charmoso, muita acácia frondosa de flor vermelha e mangueira na beira da estrada. Cabo Cruz, tem um farol, sinalizando o lugar mais ao sul de Cuba e mar claríssimo. Apesar de uma pequena correnteza, deu prá a gente mergulhar à vontade. Até Maria se aventurou no mergulho. Almoçamos maravilhosamente bem, cioba grande frita, posta de badejo, e bebemos a vontade. Também cobrado em pesos cubanos. Muito barato mesmo.
20:20 Volta na praça principal de Manzanillo. Sábado a noite tem missa na Igreja, lotada. Fomos barrados num restaurante italiano porque eu estava de bermuda. Fomos para o Dinos Pizza.
22:00 Ao voltarmos para o hotel nos deparamos com uma cena inusitada. Um mafuá de jovens casais, muito bem vestidos, em frente ao nosso hotel. Dezenas deles, no maior chamego, esperavam a sua vez de pegar um quarto disponível. O hotel, único na cidade, se fazia de motel em fins de semana.